O
maior inimigo do Brasil e do continente nas últimas décadas precisa ser
identificado pelos homens de bem deste país, de modo que reúno abaixo o mínimo
que você precisa saber a respeito para se informar e educar os amigos,
compartilhando este link nas redes sociais.
Fundado
em 1990 por Lula e Fidel Castro — por ideia de Lula, segundo ele mesmo declarou
(o que nunca é de todo confiável) em maio de 2011 [ver Vídeo 5] —, o “Foro de São Paulo é a mais vasta organização política que já
existiu na América Latina e, sem dúvida, uma das maiores do mundo. Dele
participam todos os governantes esquerdistas do continente. Mas não é uma
organização de esquerda como outra qualquer. Ele reúne mais de uma centena de
partidos legais e várias organizações criminosas ligadas ao narcotráfico e à
indústria dos sequestros, como as Farc e o MIR chileno, todas empenhadas numa
articulação estratégica comum e na busca de vantagens mútuas. Nunca se viu, no
mundo, em escala tão gigantesca, uma convivência tão íntima, tão persistente,
tão organizada e tão duradoura entre a política e o crime”, como
escreveu em 2007 o filósofo Olavo de Carvalho, autor do best seller
idealizado e organizado por mim, O mínimo que você precisa saber para
não ser um idiota.
Por
quase duas décadas, os jornais e supostos oposicionistas brasileiros esconderam
do grande público a existência do Foro de São Paulo, descoberto pelo advogado
paulista José Carlos Graça Wagner, que o denunciou publicamente em 1º de
setembro de 1997, e não faltou quem rotulasse seus denunciadores como “teóricos
da conspiração”. De uns anos para cá, quando o Foro já tinha feito e desfeito
governos em toda a América Latina, elegendo presidentes dos países do
continente cerca de 15 membros da organização, seu nome começou a aparecer aqui
e ali em reportagens, como se o Foro fosse apenas uma entidade como outra
qualquer.
Vamos
ver se é mesmo? Vem comigo.
I.
VÍDEO
1 – 2012 – MENSAGEM DE LULA EM APOIO A HUGO CHÁVEZ
“Em 1990, quando criamos o Foro de São Paulo, nenhum de nós imaginava que
em apenas duas décadas chegaríamos onde chegamos. Naquela época, a esquerda só
estava no poder em Cuba. Hoje, governamos um grande número de países e, mesmo onde ainda somos oposição, os partidos do Foro têm
uma influência crescente na vida política e social. Os governos progressistas
estão mudando a face da América Latina. (…) Em tudo que fizemos até agora, que
foi muito, o Foro e os partidos do Foro tiveram um grande papel que poderá ser
ainda mais importante se soubermos manter a nossa principal característica: a
unidade na diversidade. (…) Sob a liderança de Chávez, o povo venezuelano teve
conquistas extraordinárias, as classes populares nunca foram tratadas com tanto
respeito, carinho e dignidade. (…) Tua vitória será a nossa vitória.”
II.
VÍDEO
2 – 2008 – HUGO CHÁVEZ CONFESSA: LULA E FARC JUNTOS NO FORO DE 1995
Hugo
Chávez confessa ter conhecido o presidente Lula e um dos então comandantes das
Farc Raúl Reyes — cuja eliminação pelo Exército colombiano no nordeste do
Equador ele lamenta e furiosamente critica — na reunião do Foro de São Paulo de
1995, em San Salvador, capital de El Salvador, na América Central:
“Recebi o convite para assistir, em 1995, ao Foro de São Paulo, que
se instalou naquele ano em San Salvador. (…) Naquela ocasião conheci Lula, entre outros. E
chegou alguém ao meu posto na reunião, a uma mesa de trabalho onde
estávamos em grupo conversando, e lembro que colocou sua mão aqui [no ombro
esquerdo] e disse: ‘Cara, quero conversar com você.’ E eu lhe disse: ‘Quem é
você?’ ‘Raúl Reyes, um dos comandantes das Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia.’ Nós nos reunimos nesta noite,
em algum bairro humilde lá de El Salvador. (…) E então se abriu um canal de
comunicação e ele veio aqui (…) e conversamos horas e horas. Depois, em uma terceira
e última ocasião, passou por aqui também.”
III.
A
PARCERIA ENTRE FARC E PT, SEGUNDO O COMANDANTE RAÚL REYES
Em entrevista à Folha de S. Paulo de 27 de agosto de 2003, Raúl Reyes dera,
entre outras, as seguintes declarações:
“Folha — O sr. conheceu Lula?
Reyes — Sim, não me recordo exatamente em que ano, foi
em San Salvador, em um dos Foros de São Paulo.
Folha — Houve uma conversa?
Reyes — Sim, ficamos encarregados de presidir o encontro. Desde
então, nos encontramos em locais diferentes e mantivemos contato até
recentemente. Quando ele se tornou presidente, não pudemos mais falar com ele.
Folha — Qual foi a última vez que o sr. falou com ele?
Reyes — Não me lembro exatamente. Faz uns três anos.
Folha — Fora do governo, quais são os contatos das Farc no Brasil?
Reyes — As Farc têm contatos não apenas no Brasil com distintas
forças políticas e governos, partidos e movimentos sociais…
Folha — O senhor pode nomear as mais importantes?
Reyes — Bem, o PT, e, claro, dentro do PT há uma quantidade de
forças; os sem-terra, os sem-teto, os estudantes, sindicalistas, intelectuais,
sacerdotes, historiadores, jornalistas…
Folha — Quais intelectuais?
Reyes — [O sociólogo] Emir Sader, frei Betto [assessor especial de
Lula] e muitos outros.”
IV.
“O secretário executivo do Foro de São Paulo, Valter
Pomar, do Partido dos Trabalhadores (PT), negou hoje (18) qualquer
vínculo desse grupo de partidos da esquerda e da centro-esquerda
latino-americanas, criado em 1990, com as Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia (Farc). ‘As Farc não participam e nunca participaram do
Foro de São Paulo’, disse Pomar, em entrevista a
correspondentes brasileiros em Buenos Aires, onde se realiza o 16.º encontro da
organização.
A
Agência Estado insistiu na indagação sobre se nem em 1990, ano da criação do
grupo pelo PT, na capital paulista, houve a participação no Foro de algum
partido político ligado às Farc. ‘Eu estava lá. Não participou nem como um setor de partido’, afirmou.
Segundo ele, todos os representantes da Colômbia que participam das reuniões do
Foro pertencem a organizações e partidos legais. O secretário executivo do
Foro disse que esse assunto voltou à tona por causa da declaração do candidato
a vice-presidente na chapa do tucano José Serra, Indio da Costa (DEM), sobre a
ligação entre PT e Farc.”
Olavo
de Carvalho escreveu na ocasião:
“Quer dizer então, ó figura, que o Raúl Reyes mentiu ao dizer que
presidira a uma assembleia do Foro ao lado de Lula? Quer dizer que o Hugo
Chávez estava delirando ao dizer que conhecera Raúl Reyes e Lula numa reunião
do Foro? Quer dizer que o expediente da revista América Libre é todo
falsificado? Quer dizer que as atas do Foro foram inventadas por mim, que ainda
tive o requinte de escrevê-las em espanhol? Ora, vá lamber sabão.”
V.
DISCURSO
DE LULA DE 2 DE JULHO DE 2005 – 15 ANOS DE FORO
Pronunciado na celebração dos 15 anos de existência do Foro de São Paulo e reproduzido no site oficial do governo, este discurso é, segundo Olavo de Carvalho, “a confissão explícita de uma conspiração contra a soberania nacional, crime infinitamente mais grave do que todos os delitos de corrupção praticados e acobertados pelo atual governo; crime que, por si, justificaria não só o impeachment como também a prisão do seu autor”:
Pronunciado na celebração dos 15 anos de existência do Foro de São Paulo e reproduzido no site oficial do governo, este discurso é, segundo Olavo de Carvalho, “a confissão explícita de uma conspiração contra a soberania nacional, crime infinitamente mais grave do que todos os delitos de corrupção praticados e acobertados pelo atual governo; crime que, por si, justificaria não só o impeachment como também a prisão do seu autor”:
“Em função da existência do Foro de São Paulo, o companheiro Marco
Aurélio [Garcia] tem exercido uma função extraordinária nesse trabalho de
consolidação daquilo que começamos em 1990… Foi assim que nós, em janeiro de
2003, propusemos ao nosso companheiro, presidente Chávez, a criação do Grupo de
Amigos para encontrar uma solução tranquila que, graças a Deus, aconteceu na
Venezuela. E só foi possível graças a
uma ação política de companheiros. Não era uma ação política de um estado com
outro estado, ou de um presidente com outro presidente. Quem está lembrado, o Chávez
participou de um dos foros que fizemos em Havana. E graças a essa relação foi
possível construirmos, com muitas divergências políticas, a consolidação do que
aconteceu na Venezuela, com o referendo que consagrou o Chávez como presidente
da Venezuela.
Foi
assim que nós pudemos atuar junto a outros países com os nossos companheiros do
movimento social, dos partidos daqueles países, do movimento sindical, sempre
utilizando a relação construída no Foro de São Paulo para que pudéssemos conversar sem que
parecesse e sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política.”
“(…) O sr. presidente confessa, em suma, que submeteu o país a
decisões tomadas por estrangeiros, reunidos em assembleias de uma entidade
cujas ações o povo brasileiro não devia conhecer nem muito menos entender.
Não
poderia ser mais patente a humilhação ativa da soberania nacional,
principalmente quando se sabe que entre as entidades participantes dessas
reuniões decisórias constam organizações como o MIR chileno, sequestrador de
brasileiros, e as Farc, narcoguerrilha colombiana, responsável, segundo seu
parceiro Fernandinho Beira-Mar, pela injeção de duzentas toneladas anuais de
cocaína no mercado nacional. (…)”
VI.
VÍDEO
3 – LULA MENTE PARA BORIS CASOY DURANTE CAMPANHA DE 2002
Em entrevista ao Jornal da Record, durante a campanha eleitoral de 2002, Lula mente descaradamente ao negar a existência de uma aliança entre ele, Hugo Chávez e Fidel Castro.
Em entrevista ao Jornal da Record, durante a campanha eleitoral de 2002, Lula mente descaradamente ao negar a existência de uma aliança entre ele, Hugo Chávez e Fidel Castro.
VII.
PT/FARC/FORO
– SEQUÊNCIA DE FATOS
Em 24 de setembro de 2007, Olavo de Carvalho publicou o artigo “O perigo sou eu”, no qual pede mais uma vez ao leitor — já o tinha feito em “Relendo notícias”, de 2003 — a gentileza de examinar brevemente esta sequência de fatos:
Em 24 de setembro de 2007, Olavo de Carvalho publicou o artigo “O perigo sou eu”, no qual pede mais uma vez ao leitor — já o tinha feito em “Relendo notícias”, de 2003 — a gentileza de examinar brevemente esta sequência de fatos:
“· Abril de 2001: O traficante Fernandinho-Beira
Mar confessa que compra e injeta no mercado brasileiro, anualmente, duzentas
toneladas de cocaína das Farc em troca de armas contrabandeadas do Líbano.
· 7 de dezembro de 2001: O Foro de São Paulo,
coordenação do movimento comunista latino-americano, sob a presidência do sr.
Luís Inácio Lula da Silva, lança um manifesto de apoio incondicional às Farc,
no qual classifica como ‘terrorismo de Estado’ as ações militares do governo
colombiano contra essa organização.
· 17 de outubro de 2002: O PT, através do assessor
para assuntos internacionais da campanha eleitoral de Lula, Giancarlo Summa,
afirma em nota oficial que o partido nada tem a ver com as Farc e que o Foro de
São Paulo é apenas ‘um foro de debates, e não uma estrutura de coordenação política
internacional’.
· 1º de março de 2003: O governo petista estende
oficialmente seu manto de proteção sobre as Farc, recusando-se a classificá-las
como organização terrorista conforme solicitava o presidente da Colômbia,
Álvaro Uribe.
· 24 de agosto de 2003: O comandante das Farc,
Raul Reyes, informa que o principal contato da narcoguerrilha no Brasil é o PT
e, dentro dele, Lula, Frei Betto e Emir Sader.
· 15 de março de 2005: Estoura o escândalo dos
cinco milhões de dólares das Farc que um agente dessa organização, o falso
padre Olivério Medina, afirma ter trazido para a campanha eleitoral do sr. Luís
Inácio Lula da Silva. O assunto é investigado superficialmente e logo
desaparece do noticiário.
· 2 de julho de 2005: Discursando no 15º.
Aniversário do Foro de São Paulo, o sr. Luís Inácio Lula da Silva entra em
contradição com a nota de 17 de outubro de 2002, confessando que o Foro é uma
entidade secreta, ‘construída para que pudéssemos conversar sem que parecesse e
sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política’, que essa
entidade interferiu ativamente no plebiscito venezuelano e que ali, em segredo,
ele próprio tomou decisões de governo junto com Chávez, Fidel Castro e outros
líderes esquerdistas, sem dar ciência disto ao Parlamento ou à opinião pública.
· 9 de abril de 2006: O chefe da Delegacia de
Entorpecentes da PF do Rio, Vítor Santos, informa ao jornal O Dia que “dezoito
traficantes da facção criminosa Comando Vermelho — entre eles pelo menos um da
Favela do Jacarezinho e outro do Morro da Mangueira — vão periodicamente à
fronteira do Brasil com a Colômbia para comprar cocaína diretamente com
guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Os
bandidos são alvo de investigação da Polícia Federal. Eles ocuparam o espaço
que já foi exclusivo de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar”.
· 12 de maio de 2006: O PCC em São Paulo lança
ataques que espalham o terror entre a população. Em 27 de dezembro é a vez do
Comando Vermelho fazer o mesmo no Rio de Janeiro.
· 18 de julho de 2006: O Supremo Tribunal
Federal, sob a pressão de um vasto movimento político orquestrado pelo PT,
concede asilo político ao falso padre Olivério Medina, agente das Farc.
· 16 de maio de 2007: O juiz Odilon de
Oliveira, de Ponta-Porã, divulga provas de que as Farc atuam no território
nacional treinando bandidos do PCC e do Comando Vermelho em técnicas de
guerrilha urbana.
· 12 de fevereiro de 2007: As Farc fazem os maiores
elogios ao PT por ter salvo da extinção o movimento comunista latino-americano
por meio da fundação do Foro de São Paulo.
· Agosto de 2007: Nos vídeos preparatórios ao seu 3º.
Congresso, o PT admite que seu objetivo é eliminar o capitalismo e implantar no
Brasil um regime socialista; e fornece ainda um segundo desmentido à nota de
Giancarlo Summa, ao confessar que o Foro de São Paulo é ‘um espaço de
articulação estratégica’ (sic).
· 19 de setembro de 2007: Lula oferece o território
brasileiro como sede para um encontro entre Hugo Chávez e os comandantes das
Farc.
Entre
esses fatos ocorreram outros inumeráveis cuja data não recordo precisamente no
momento, entre os quais o fornecimento maciço de armas às Farc pelo governo
Hugo Chávez, uma campanha nacional de mídia para desmoralizar o analista
estratégico americano Constantine Menges que divulgava a existência de um eixo
Lula-Castro-Chávez-Farc, os tiroteios entre guerrilheiros das Farc e soldados
do Exército brasileiro na Amazônia, as denúncias de que as Farc davam
treinamento em guerrilha urbana aos militantes do MST e, é claro, várias
assembléias gerais e reuniões de grupos de trabalho do Foro de São Paulo.
A
existência de uma ligação profunda, constante e solidária entre o PT e as Farc
é um fato tão bem comprovado, que quem quer que insista em negá-la só pode ser
parte interessada na manutenção do segredo ou então um mentecapto incurável.
(…)”
VIII.
VÍDEO
4 – 14ª REUNIÃO DO FORO – MONTEVIDÉU, 2008
Reportagem da Veja.com sobre o XIV Encontro do Foro de São Paulo, em Montevidéu, em 2008, com as participações dos petistas José Eduardo Martins Cardozo, Marco Aurélio Garcia, Raul Pont, Valter Pomar e Nilmário Miranda; e a repetição de todos os chavões socialistas e gritos revolucionários.
Reportagem da Veja.com sobre o XIV Encontro do Foro de São Paulo, em Montevidéu, em 2008, com as participações dos petistas José Eduardo Martins Cardozo, Marco Aurélio Garcia, Raul Pont, Valter Pomar e Nilmário Miranda; e a repetição de todos os chavões socialistas e gritos revolucionários.
IX.
VÍDEO
5 – DISCURSO DE LULA DE 2011 – 17ª REUNIÃO DO FORO
Trechos
do discurso de Lula, em que ele lembra de quando teve a ideia do Foro e do dia
em que conheceu Fidel Castro, admite que Chávez tentou um golpe na Venezuela, e
mostra como os participantes da entidade foram conquistando o poder em toda a
América Latina, país por país (além, é claro, de soltar todas as suas bravatas
eleitoreiras):
“(…) Querido companheiro Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, e
sua companheira Rosario [Murillo]; querido companheiro [Ricardo] Alarcón [de
Quesada], representando aqui o extraordinário povo cubano; querido companheiro
[Nicolás] Maduro, chanceler da Venezuela, queridos companheiros
latino-americanos e convidados para essa 17ª reunião do Foro de São Paulo.
Eu
tenho sempre a preocupação, querido [José Manuel] Zelaya, de participar desses
Foros e falar em português. [Trecho inaudível…] não entende nada do que ‘yo
hablo’. [Risos.] Eu tenho um tradutor que é um cubano naturalizado brasileiro.
Se precisar o tradutor pode traduzir para que todo mundo entenda o que estou
“hablando”. Se entende… Bom, se não entender, eu não tenho culpa.
Eu
queria dizer a todos vocês que eu tô emocionado porque faz muito tempo que eu
não participo de uma reunião do Foro de São Paulo. Parece que a última foi no
Bar Latino em São Paulo em 2005, mas muito de passagem. E eu lembro quando tivemos a ideia de
construir o Foro de São Paulo. Em 1985, eu fiz uma entrevista para um jornal
brasileiro, e eu dizia que não era possível um metalúrgico chegar à
presidência pelo voto e disputando democraticamente uma eleição. Quatro anos
depois, eu fui à primeira disputa presidencial, fui para a segunda volta
[turno], e terminei as eleições com 47% dos votos. O PT saiu muito fortalecido
daquela eleição. Os partidos de esquerda que estão aqui, brasileiros — não sei
se estão todos, mas o PCdoB, o PSB, não sei se estão… o PDT — que estiveram
juntos comigo, todos nós saímos muito fortalecidos.
E aí então veio a ideia, conversando com os companheiros cubanos num
primeiro momento, de fazermos uma reunião da esquerda latino-americana. E
fizemos em São Paulo, no Hotel Danúbio que já não existe mais, em junho de
1990, a nossa primeira reunião. Havia, meu querido
Maduro, tantos partidos de esquerda na América Latina e tantas divergências,
que só da Argentina compareceram 13 partidos políticos, e a única coisa que
unificava os argentinos eram os gols de Maradona na Copa do Mundo de 1990.
[Risos. Aplausos.] Havia um processo de desconfiança muito grande entre toda a
esquerda latino-americana. Nós não tínhamos ainda aprendido uma lição básica
que iria permitir que a esquerda chegasse ao poder. Nós temos um brilhante
educador brasileiro, que já morreu, um dos mais importantes, que muitos
latino-americanos conhecem, Paulo Freire, e ele dizia:
‘Juntar os diferentes para derrotar os antagônicos.’
E
nós fomos aprendendo a conviver entre nós, e fomos construindo uma relação
democrática difícil, complicada, muitas vezes era necessário muita
paciência. Eu
lembro que uma vez na reunião do Foro de São Paulo em El Salvador, nós não
deixamos o Chávez participar, porque Chávez tinha tentado o golpe na Venezuela e nós não deixamos ele participar. Era muito difícil. Havia
um processo de desconfiança entre nós muito grande. E de coração eu quero dizer
pra vocês que uma das forças políticas que mais contribuiu para que nós chegássemos
a construir o que nós construímos foram os companheiros do partido comunista
cubano, que sempre tiveram paciência e experiência de nos ajudar. Não posso
desmerecer o trabalho do companheiro Marco Aurélio Garcia, que hoje está no
governo, não está aqui, mas que participou de quase todas as reuniões do Foro
de São Paulo.
Eu
fico imaginando que algumas pessoas não estão mais aqui entre nós. E eu queria
saudar aqueles que não estão aqui entre nós, homenageando o companheiro Schafik
[Handal], da Frente Farabundo Martí, que não está entre nós. [Aplausos.] Nós
estamos um pouco mais velhos. Quando começou o Foro, eu não tinha nenhum cabelo
branco. Tomaz Borges tinha todo o cabelo na cabeça. [Risos] Daniel Ortega era
cabeludo. [Risos] Ou seja: nós estamos cansados, mais do que quando começamos o Foro. Mas o caminho
que nós percorremos não pode perder a importância das nossas conquistas. Nós estamos falando de 21 anos. Vinte e um anos é o tempo de
maturidade de um jovem ou de uma jovem. E nesses 21 anos, olhemos a
fotografia da America Latina de 1990 e olhemos a fotografia da America Latina
de 2011, e nós vamos perceber que um verdadeiro furacão de democracia passou
pelo nosso continente. Um verdadeiro furacão.
Eu
fico olhando a América do Sul. Quando cheguei à presidência em 2002, só tinha o Chávez. Mesmo assim,
tinha sofrido um golpe. Depois, veio [Nestor] Kirchner. Depois de Kirchner,
veio eleições no Paraguai. Depois, no Uruguai, com Tabaré [Ramón Vázquez
Rosas]. Depois veio no Equador. E nós fomos fazendo uma mudança extraordinária
que culminou com a eleição do companheiro Evo Morales na Bolívia. [Aplausos.] É
a demonstração mais viva dessa evolução política da esquerda latino-americana. [Aplausos.]
Porque
esses meninos, e eu digo meninos porque tive o prazer de participar no
dia 19 de julho de
1980 do primeiro aniversário da Frente Sandinista quando o orador
principal foi Tomás Borges, o dia em que eu conheci Fidel Castro e fomos comer uma lagosta na casa não sei de quem, e eu
lembro perfeitamente bem que, depois de chegar ao poder por uma revolução, no
momento certo a Frente Sandinista não teve medo e convocou eleições
democráticas. Perdeu. Daniel é o único ser humano do planeta que perdeu mais
eleições do que eu. Eu perdi três eleições. Daniel perdeu quatro eleições.
[Risos.] Quatro eleições. Entretanto, por nenhum momento, por mais acusado que
esse companheiro fosse, ele deixou de acreditar que o caminho da democracia que
a Frente Sandinista tinha optado era o melhor para a Nicarágua. E agora está o
companheiro de volta para a presidência da República pela via do voto direto.
Eu, como vocês estão percebendo, tenho muita dificuldade de fazer qualquer
discurso de oposição depois de oito anos de governo. (…)”
X.
VÍDEO
6 – JOSÉ DIRCEU FALA DO FORO NO PROGRAMA “PROVOCAÇÕES”
Como
escreveu Olavo de Carvalho no facebook:
“Há anos aviso que no Foro de São Paulo o mais importante não são
as assembleias, mas as conversações discretas, ou reservadas, onde o destino de
vários países é decidido pelas costas da população. Exemplo:”
ANTÔNIO ABUJAMRA: Anos atrás, você podia prever uma
América Latina assim: Fidel, Chávez, Morales, Bachelet, Correa… Quem
mais? TODOS de esquerda na América do Sul! Você podia prever que
isso ia acontecer?
JOSÉ DIRCEU: Prever, não. Mas nós já lutávamos
por isso e já trabalhávamos por isso. Inclusive porque nós criamos o Foro de
São Paulo, que lutava pra isso; depois criamos ainda o Grupo
de Marbella, porque é o nome da cidade do hotel onde nós ficamos no Chile, que
se reuniu, TODOS foram presi… Todos depois foram eleitos
presidentes da República. Todos foram. TODOS. O Ciro Gomes, que
participava, e o [mexicano] Cuauhtémoc Cárdenas ainda não foram. Mas
o [Vicente] Fox foi [no México]. O [Ricardo] Lagos foi [no Chile]. Tabaré
Vazquez foi [no Uruguai]. [Cita outro, inaudível.] O Lula foi. Então você
vê que não é o Chávez, o Evo Morales…
ANTÔNIO ABUJAMRA [interrompendo]: Tabaré, Kirchner… Se essa turma se unir, o que é meio
difícil, o que é que acontece com a América Latina?
JOSÉ DIRCEU: Não, a condição para a América Latina
avançar é a união desses presidentes desses países. Por isso que a informação
de que o Banco do Sul está avançando… e a consolidação do Mercosul, e a
integração energética, o gasoduto, e mesmo a zona de livre-comércio entre os
nossos países… Não há nada mais importante pra nós que a integração da América
Latina. Hoje, o NAFTA, a União Europeia e o Pacto Asiático: 70% do comércio é
intrabloco. Só 30[%] é exportado para fora do bloco. Aqui na América Latina ou
do Sul, ainda é 20 ou 25%. Então nós temos muito para integrar.
XI.
VÍDEO
7 – DISCURSOS DE LULA E DILMA SOBRE FORO E REVOLUÇÃO
LULA: “O que Cuba tem mais do que nós? O povo cubano tem mais dignidade
que a maioria dos povos da América Latina. (…) E foi assim que nós conseguimos
construir o Foro de São Paulo e pela primeira vez a gente conseguiu juntar
todos os partidos de esquerda da América Latina. Não pensem que é fácil! Tem
aqui companheiros que partcipam…”
DILMA: “Eu me sinto muito feliz de estar na tenda da revolução cubana, dos
50 anos da revolução cubana, que foi um acontecimento histórico na América
Latina e teve uma influência profunda na minha geração. Então eu considero este
momento especial.”
XII.
VÍDEO
8 – DISCURSO DE LULA DE 2013 – LULA EXPLICA A ESTRATÉGIA DO FORO DE SÃO PAULO
PARA CHEGAR AO PODER
“Em 1990, ou melhor, em 1980, a esquerda latino-americana não
acreditava que fosse possível chegar ao poder pela via da disputa democrática e
sobretudo pela via eleitoral. (…) E a história se encarregou de provar que a
democracia exercida a partir da participação de massas pode ser a melhor fonte
para que a esquerda chegue ao poder em qualquer país do mundo. Vamos ver a
experiência do companheiro Chávez (…). É importante lembrar que uma grande
parte da elite da Venezuela não admite a chegada de Chávez ao poder (…), como
não aceitam o Lula no Brasil e a Dilma no Brasil… E nós chegamos e eu quero, companheiro da direção do Foro de São Paulo,
debitar parte da chegada da esquerda ao poder da América Latina pela existência
dessa cosita chamada Foro de São Paulo. Foi aqui e devemos
muito aos companheiros cubanos, devemos muito aos companheiros cubanos, porque, ao contrário do que muita gente conservadora
pensa, os companheiros cubanos sempre, sempre nos ensinaram que o
exercício da tolerância entre nós, a convivência pacífica na adversidade entre
nós, a convivência entre os vários setores de esquerda era a única
possibilidade que permitia que nós tivéssemos avanço aqui nesse continente. E isso aconteceu e pode acontecer muito mais, porque agora nós
temos a obrigação de não permitir que haja nenhum retrocesso nas conquistas que
nós obtivemos até agora. Nenhum retrocesso!”
A
propósito: os “companheiros cubanos”, segundo Lula, sempre ensinaram o
“exercício da tolerância” e da “convivência pacífica” entre os vários setores
DA ESQUERDA, é claro. Porque, na Cuba de Fidel e Raúl Castro, a “tolerância” e
o “pacifismo” com os opositores políticos sempre foram exercidos com prisões e
fuzilamentos mesmo.
XIII.
CINCO CRIMES DO FORO DE SÃO PAULO
8 de agosto de 2013 às 10:16
Por Olavo de Carvalho
8 de agosto de 2013 às 10:16
Por Olavo de Carvalho
1) Deu abrigo e proteção política a organizações terroristas e
a quadrilhas de narcotraficantes e seqüestradores que nesse ínterim espalharam
o vício, o sofrimento e a morte por todo o continente, fazendo mesmo do Brasil
o país onde mais cresce o consumo de drogas na América Latina.
2) Ao associar entidades criminosas a partidos legais na busca
de vantagens comuns, transformou estes últimos em parceiros do crime,
institucionalizando a ilegalidade como rotina normal da vida política em
dezenas de nações.
3) Burlou todas as constituições dos seus países-membros,
convidando cada um de seus governantes a interferir despudoradamente na
política interna das nações vizinhas, e provendo os meios para que o fizessem
“sem que ninguém o percebesse”, como confessou o sr. Lula, e sem jamais ter de
prestar satisfações por isso aos seus respectivos eleitorados.
4) Ocultou sua existência e a natureza das suas atividades
durante dezesseis anos, enquanto fazia e desfazia governos e determinava desde
cima o destino de nações e povos inteiros sem lhes dar a mínima satisfação ou
explicação, rebaixando assim toda a política continental à condição de uma
negociação secreta entre grupos interessados e transformando a democracia numa
fachada enganosa.
5) Gastou dinheiro a rodo em viagens e hospedagens para muitos
milhares de pessoas, durante vinte e três anos, sem jamais informar, seja ao
povo brasileiro, seja aos povos das nações vizinhas, nem a fonte do
financiamento nem os critérios da sua aplicação. Até hoje não se sabe quanto
das despesas foi pago por organizações criminosas, quanto foi desviado dos
vários governos, quanto veio de fortunas internacionais ou de outras fontes.
Nunca se viu uma nota fiscal, uma ordem de serviço, uma prestação de contas, um
simulacro sequer de contabilidade. A coisa tem a transparência de um muro de
chumbo.
XIV.
EX-EMBAIXADOR
AMERICANO SOBRE A NECESSIDADE DE ESPIONAR O BRASIL: “BASTA LER AS ATAS DO FORO”
Segue
abaixo o texto que traduzi na ocasião. A respeito dele, Olavo de Carvalho
comentou: “Como é que uma entidade que nem mesmo existe, ou que é apenas um inocente clube de debates, pode criar uma crise diplomática de
dimensões mastodônticas? TODOS os que ocultaram ou disfarçaram durante quase
duas décadas a existência do Foro de São Paulo são culpados de que ISTO esteja
acontecendo agora.”
POR
QUE NÓS ESPIONAMOS O BRASIL
Tradução de Felipe Moura Brasil da coluna de Carlos Alberto Montaner, publicada no Miami Herald de 25 de setembro de 2013.
Tradução de Felipe Moura Brasil da coluna de Carlos Alberto Montaner, publicada no Miami Herald de 25 de setembro de 2013.
A
presidente do Brasil, Dilma Rousseff, cancelou sua visita ao presidente Obama.
Ela se sentiu ofendida porque os Estados Unidos estavam espionando seu e-mail.
Não se faz isso com um país amigo. A informação, provavelmente confiável, foi
fornecida por Edward Snowden de seu refúgio em Moscou.
Intrigado,
perguntei a um ex-embaixador dos EUA: “Por que eles fizeram isso?” Sua
explicação foi duramente franca:
“Do
ponto de vista de Washington, o governo brasileiro não é exatamente amigável.
Por definição e historicamente, o Brasil é um país amigo que ficou do nosso
lado durante a II Guerra Mundial e a da Coreia, mas seu governo atual não
está.”
O
embaixador e eu somos velhos amigos. “Posso revelar seu nome?”, perguntei.
“Não”, respondeu ele. “Isso criaria um problema enorme para mim. Mas você pode
transcrever nossa conversa.” É o que farei aqui.
“Tudo
que você tem de fazer é ler as atas do Foro de São Paulo e observar a conduta
do governo brasileiro”, disse ele. “Os amigos de Luiz Inácio Lula da Silva, de
Dilma Rousseff e do Partido dos Trabalhadores são os inimigos dos Estados
Unidos: a Venezuela chavista, primeiro com (Hugo) Chávez e agora com (Nicolás)
Maduro; a Cuba de Raúl Castro; o Irã; a Bolívia de Evo Morales; a Líbia dos
tempos de Kadafi; a Síria de Bashar Assad.
“Em
quase todos os conflitos, o governo brasileiro concorda com as linhas políticas
da Rússia e da China, em oposição à perspectiva do Departamento de Estado dos
EUA e da Casa Branca. A família ideológica com que mais se parece é a dos
BRICS, com os quais tenta conciliar sua política externa. [Os BRICS são Brasil,
Rússia, Índia, China e África do Sul.]
“A
imensa nação sul-americana não tem nem manifesta a menor vontade de defender os
princípios democráticos que são sistematicamente violados em Cuba. Pelo
contrário, o ex-presidente Lula da Silva muitas vezes leva investidores à ilha
para fortalecer a ditadura dos Castros. O dinheiro investido pelos brasileiros
no desenvolvimento do superporto de Mariel, próximo a Havana, é estimado em US$
1 bilhão.
A
influência cubana no Brasil é velada, mas muito intensa. José Dirceu, ex-chefe
de gabinete e ministro mais influente de Lula da Silva, havia sido um agente
dos serviços de inteligência cubanos. No exílio em Cuba, ele tivera o
rosto cirurgicamente alterado. Ele retornou ao Brasil com uma nova identidade
(Carlos Henrique Gouveia de Mello, um comerciante judeu) e ficou nessa função
até que a democracia foi restaurada. De mãos dadas com Lula, ele colocou o
Brasil entre os principais colaboradores da ditadura cubana. Ele caiu em
desgraça porque era corrupto, mas nunca recuou um centímetro de suas
preferências ideológicas e de sua cumplicidade com Havana.
“Algo
semelhante está acontecendo com o professor Marco Aurélio Garcia, atual
assessor de política externa de Dilma Rousseff. Ele é um anti-ianque contumaz,
pior até do que Dirceu, porque ele é mais inteligente e foi mais bem treinado.
Ele fará tudo o que puder para despistar os Estados Unidos.
“Para
o Itamaraty – um ministério de relações exteriores reconhecido pela qualidade
dos seus diplomatas, geralmente poliglotas e bem educados –, a Carta
Democrática assinada em Lima em 2001 é só um pedaço de papel sem importância
alguma. O governo simplesmente ignora as fraudes eleitorais cometidas na
Venezuela e na Nicarágua e é totalmente indiferente a qualquer abuso contra a
liberdade de imprensa.
“Mas
isso não é tudo. Há outras duas questões que fazem os Estados Unidos quererem
ser informados em relação a tudo o que acontece no Brasil, pois, de uma forma
ou de outra, elas afetam a segurança dos Estados Unidos: corrupção e
drogas.
“O
Brasil é um país notoriamente corrupto e essas péssimas práticas afetam as
leis dos Estados Unidos de duas maneiras: quando os brasileiros utilizam o
sistema financeiro americano e quando eles competem de forma desleal com
empresas dos EUA, recorrendo a subornos ou comissões ilegais.
“A
questão das drogas é diferente. A produção de coca boliviana quintuplicou
desde que Evo Morales se tornou presidente, e o distribuidor dessa substância é
o Brasil. Quase tudo acaba na Europa, e os nossos aliados estão querendo
informações. Essas informações, às vezes, estão nas mãos de políticos
brasileiros.”
Minhas
duas perguntas finais são inevitáveis. Washington apoiará a candidatura do
Brasil a membro permanente no Conselho de Segurança da ONU?
“Se
você perguntar para mim, não”, diz ele. “Nós já temos dois adversários
permanentes: Rússia e China. Não precisamos de um terceiro.”
Para
finalizar, os Estados Unidos continuarão espionando o Brasil?
“Com
certeza”, ele me diz. “É nossa responsabilidade para com a sociedade
americana.”
Acho
que Dona Dilma deveria trocar seu e-mail com frequência.
XV.
ÁUDIO
– GRAÇA SALGUEIRO EXPLICA A HISTÓRIA DO FORO
Em excelente entrevista para Bruno Garschagen sobre a ditadura chavista assassina de Nicolás Maduro na Venezuela, no 112º Podcast Mises Brasil, a autora do incontornável blog NotaLatina, Graça Salgueiro, faz um resumo do Foro de São Paulo, a partir dos 30 minutos, que transcrevo abaixo.
Em excelente entrevista para Bruno Garschagen sobre a ditadura chavista assassina de Nicolás Maduro na Venezuela, no 112º Podcast Mises Brasil, a autora do incontornável blog NotaLatina, Graça Salgueiro, faz um resumo do Foro de São Paulo, a partir dos 30 minutos, que transcrevo abaixo.
GRAÇA: Em 1990, quando a Rússia já tinha rompido os acordos
com Cuba, tinha acabado com a proteção que oferecia a Cuba, o Fidel Castro viu
que as coisas não estavam caminhando no rumo socialista como ele imaginava, a
revolução dele poderia despencar, e também com o “fim” do comunismo na União Soviética,
a dissolução da URSS com a queda do Muro de Berlim, tudo isso deixou o
comunismo de uma certa forma meio sem chão. Então, ele já conhecia o Lula,
convidou o Lula para formar um grupo, para ter um encontro e, em 2
de julho de 1990, eles tiveram um encontro aqui em São Paulo, e por conta
disso, por ter sido o primeiro encontro em São Paulo, eles então passaram a
denominá-lo no ano seguinte de Foro de São Paulo. Nesse evento, eles convocaram
todos os países da América do Sul e Central que fossem de esquerda e também
organizações ligadas à esquerda. Além dessas organizações ligadas à
esquerda, também tinha grupos terroristas como as Farc, o ELN [Exército de Libertação Nacional, da Colômbia], o
Sendero Luminoso [de inspiração maoísta, do Peru], enfim (…). E
o objetivo dele, do Fidel Castro quando resolveu criar
essa organização, foi muito claro: ele disse que pretendia recriar
na América Latina o que se perdeu no Leste Europeu. Então foi assim que foi
criado o Foro de São Paulo e, à medida que os anos foram passando,
essas reuniões passaram a ser anuais, tendo três encontros do grupo de trabalho
do Foro de São Paulo que é quem elabora realmente a pauta do que vai ser
discutido no próximo encontro e o encontro anual se dá uma vez em cada
país-membro, que é escolhido na reunião que está acontecendo… e durante todo o
ano eles vão pondo em prática aquelas atividades, aquelas coisas que foram
determinadas lá na pauta desse encontro. Saem as resoluções: tem uma resolução
geral e tem as resoluções específicas de cada país. Por exemplo: quando vai
haver eleição nos países, então ali está a pauta dizendo: vai ter eleição no
Brasil, vai ter eleição no Chile, vai ter eleição não sei aonde, e a gente
precisa apoiar o candidato X. Então aquele candidato citado ali é o candidato
do Foro de São Paulo. E foi assim que eles conseguiram colocar no 15
presidentes-membros da organização, do Foro de São Paulo.
BRUNO: E esse apoio se dava como, Graça?
GRAÇA: Esse apoio se dava de todas as formas que você imagina. Por
exemplo,eles defendem muito a não ingerência nos países dos outros, a
autodeterminação dos povos, não sei o quê, eles usam muito essas expressões,
mas eles não cumprem nenhuma delas. Eu não sei se você viu, mas se alguém
quiser fazer a pesquisa, vai encontrar pelo Youtube vídeo do Lula apoiando e
pedindo votos para Hugo Chávez [ver item I] e
agora mais recentemente para o Nicolás Maduro [ver item XVII]; o Chávez
fazendo vídeo para pedir vota para Dilma. Fora isso eles mandam grupos de
estudos, como eles chamam, para visitar universidades, para visitar
organizações, fazem palestras, dão dinheiro, rola dinheiro pelo meio
também. Tem apoio financeiro e tem apoio logístico também. Então eles se apoiam muito. Agora nem sempre eles ganham, por
exemplo agora em El Salvador eles perderam: vai haver um segundo turno ainda,
mas eles perderam [o 1º]. [Na verdade, eles acabaram ganhando o segundo…] Eles
perderam no Paraguai, mas ganharam no Chile: a Michele Bachelet voltou. Então é
sempre assim. E nessa história eles conseguiram colocar nos governos, no
comando das nações 15 presidentes, já houve alternâncias, alguém já perdeu, já
voltou… E foi por conta disso que o Lula não permitia de forma
alguma que no Brasil se falasse sobre o Foro de São Paulo até que a coisa
estivesse mais estabilizada, mais solidificada, que houvesse bastantes países
com presidente do Foro para poder a coisa ficar firme. Ele mesmo disse que se a
gente estivesse… Tem um pronunciamento que ele fez [ver item V], acho que foi
no aniversário de 15 anos do Foro de São Paulo [sim, foi], ele fez um
comentário que disse assim: se nós tivéssemos (mais ou menos isso, né, não são
essas palavras mesmo, né), se nós não tivéssemos escondido das pessoas o que
estávamos fazendo, o Foro de São Paulo hoje não teria um índio presidente, um
metalúrgico presidente, não teria não sei o quê, enfim, ele confirma que foi
preciso esconder da mídia, esconder do povo o que eles tramavam ali para poder
a coisa dar certo.
BRUNO: Exato. E só para registrar aqui, para fazer justiça, o
professor Olavo de Carvalho foi quem durante anos falou sozinho no deserto
sobre o Foro de São Paulo.
GRAÇA: Exatamente. E eu comecei a estudar sobre o Foro de São Paulo
através do Olavo. Foi o primeiro contato que eu tive com o professor Olavo, em
1999, numa conversa por telefone, ele me falou do Foro de São Paulo. E aquilo
me impressionou muito e me dediquei de corpo e alma a estudar o Foro de São
Paulo desde então, né. É dedicação exclusiva. E isso daí eu agradeço ao Olavo
realmente, porque até então ninguém falava. Claro, ele não foi o precursor o
doutor Graça Wagner quem falou para ele, mas ele era a voz da mídia, na época
ele escrevia para jornais: O Globo, a Folha, o Jornal da Tarde, a Zero Hora,
então ele era uma voz que estava na mídia e, por conta disso, ele perdeu todos
esses empregos, porque ele falava o que não podia falar.
XVI.
VÍDEO
9 – VICE-ALMIRANTE VENEZUELANO MARIO IVÁN CARRATÚ DENUNCIA O FORO DE SÃO PAULO
NA NTN24
De
fora da Venezuela de Maduro em função das ameaças de morte, Carratú dá o alerta
à América Latina sobre o poder do Foro, a partir dos 2min56seg.
“Primeiro, minhas saudações fraternas desde o exterior. Temos de
seguir lutando. E aos países irmãos e
cidadãos do continente: que tenham MUITA atenção com a penetração de grupos radicais
de esquerda sob a ótica do Foro de São Paulo, que está tentando tomar o poder
na maioria dos nossos países, faltando apenas Colômbia, Peru e República do
Chile. Os demais têm, de uma ou outra maneira, este tipo de
contato, este tipo de ações… O que devo, sim, ressaltar e devo reafirmar é que
a Venezuela, desde 1992, está entregue às mãos de Fidel Castro…”
XVII.
VÍDEO
10 – MENSAGEM DE LULA EM APOIO A MADURO
Sim:
Lula, como não poderia deixar de ser, também fez campanha para Maduro, o atual
comandante da ditadura assassina da Venezuela, que no momento da publicação
deste post já contava 36 mortos durante a onda de protestos no país. Como
escrevi aqui: Ditadura no (…) dos outros é
democracia.
XVIII.
VÍDEO
11 – REINALDO AZEVEDO RELACIONA MENSALÃO E FORO DE SÃO PAULO
REINALDO AZEVEDO: O que eles queriam era criar um
Congresso paralelo. Então você tem, segundo a divisão do coleguinha
Montesquieu, você tem a divisão dos três poderes. O que eles queriam era anular
um poder. Era o Executivo se organizando, entendo eu, numa quadrilha, para
comprar uma fatia do Congresso e ter um Congresso do B, um outro Congresso, de
maneira que você torna a democracia, o processo democrático, irrelevante. Isto
faz parte de um projeto, atenção, é grande, das esquerdas latino-americanas,
que estão organizadas no Foro de São Paulo. Isto não é paranoia. Durante muito
tempo, quem falava do Foro de São Paulo eram Olavo de Carvalho, Reinaldo
Azevedo e mais dois ou três malucos. Não. Ele existe! O Foro de São Paulo
existe! Em cada país, ele tem um projeto. Nos países onde eles chegaram ao
poder e as instituições estavam no chão, eles partiram diretamente pro
solapamento da democracia. Então é o caso em curso na Venezuela…
RICARDO SETTI: E criaram instituições fajutas…
REINALDO AZEVEDO [concordando]: Instituições fajutas.
AUGUSTO NUNES: E você também vai aparelhando o
Judiciário.
REINALDO AZEVEDO: E vai aparelhando o Judiciário. Lá
também. Então é assim que foi na Venezuela, assim está em curso no Equador,
está em curso na Bolívia, e agora na Argentina, porque todos esses presidentes
chegaram ao poder com as instituições ao rés do chão. No Brasil, o sr. Luiz
Inácio Lula da Silva chegou ao poder com um país, a despeito de suas mazelas,
de seus problemas, com um país razoavelmente organizado institucionalmente. E,
portanto, você não pode ir solapando assim o processo democrático… O próprio
Supremo está dizendo agora pra essa gente: “Atenção que ainda não dá pra fazer
o que vocês querem.” Então aí você parte pra outro [caminho]… Atenção: o
mensalão é o bolivarianismo exercido por outros meios. Se o bolivarianismo,
nesses países da América Latina, você exerce com milícias armadas nas ruas, com
massas, com confronto, com perseguição, com fechamento de jornais, cassação de
licença de TV, sabe? No Brasil, não dá pra fazer isso. No Brasil, eles foram
por outro meio. No Brasil, eles foram comprar o Congresso. Comprar o Congresso
com dinheiro público. Calcule a ousadia. Quer dizer… Acusam muitas vezes os
críticos do PT, eu mesmo já fui acusado disso umas quinhentas vezes: “Você acha
que o PT inventou a corrupção!” Não, eu não acho que o PT inventou a corrupção.
A corrupção é antiquíssima. A corrupção surge junto com o processo político. Eu
não estou dizendo que o PT inventou a corrupção. O que eu sempre disse,
sustento, é que o PT tentou alçar a corrupção a categoria de
pensamento. Tentou transformar a corrupção em categoria de pensamento.
ISTO é novo no processo político brasileiro. Novo: surgido com eles. Isso é
muito grave. Foi isso que eles tentaram fazer. Corrupção aqui, acolá, sempre
houve, e tem de ser exemplarmente punida. Agora, [aquilo para] o que o Brasil
está dizendo “não”, [aquilo para] o que o STF está dizendo “não”…
RICARDO SETTI: É ao projeto de poder.
REINALDO AZEVEDO: O projeto de poder conquistado
desta maneira não pode. A Carmen Lúcia fez um bom pronunciamento hoje lembrando
que a política é a única forma civilizada que a gente tem de governar. Agora
tem de ser com ética, porque, se não for com ética, aí então é com guerra, é
com bagunça, é com confronto.
AUGUSTO NUNES: Perfeito.
XIX.
ATAS
DO FORO DE SÃO PAULO
ARTIGOS
DE SILVIO GRIMALDO:
MAIS
SOBRE ESSES E MUITOS OUTROS ASSUNTOS…
******
Pois
bem. Está de bom tamanho por hoje? Acrescentarei mais informações a qualquer
momento.
Agora,
em vez de sair copiando e colando por aí tudo que eu transcrevi, organizei e
expliquei aqui, compartilhe o link desta página www.veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/2014/03/24/conheca-o-foro-de-sao-paulo-o-maior-inimigo-do-brasil e
dê o crédito ao autor, ok? Vamos juntos educar os amigos sobre o maior inimigo
do Brasil. Obrigado.
Felipe
Moura Brasil – www.veja.com/felipemourabrasil
Por: Ernani Serra
Fonte: www.cronicasserra.com.br
P
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